
PSILÍTERA
OFICINA DE PSICANÁLISE E LITERATURA
Dizem que um autor deveria evitar qualquer contato com a psiquiatria e deixar aos médicos a descrição de estados patológicos. A verdade, porém, é que o escritor verdadeiramente criativo jamais obedece a essa injunção. A descrição da mente humana é, na realidade, seu campo mais legítimo; desde tempos imemoriais ele tem sido um precursor da ciência e portanto, também da psicologia científica (Freud, 1907 [1906], Gradiva).
O primeiro semestre foi dedicado à leitura das três primeiras cartas. Ao início do segundo semestre, o tema da escrita ampliou-se com a leitura da carta de Kafka; adentramos o campo da literatura para não mais sairmos dele. O encontro com as obras literárias mostrou-se fértil, inspirador e sedutor o bastante para nos manter envolvidos, desde então.
O que originalmente teria sido o Seminário das três cartas transformou-se no Seminário das quatro cartas. O manuscrito de Kafka, de 1919, de forte matiz autobiográfico, que aborda com impressionante densidade a dor de um filho submisso a um pai tirânico, revelou-se um convite, uma porta aberta a um espaço de ampla reflexão, escrita e pesquisa, valorizando a interseção entre psicanálise e literatura.
. Carta 52 (06.12.1896) – Sigmund Freud a Wilhelm Fliess
. A Carta Roubada – Edgar Alan Poe (Lacan)
. Carta Apócrifa – Jaques Derrida
. Carta ao Pai – Franz Kafka