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O teatro Swan, construído por Francis Langley, onde Shakespeare e sua companhia atuaram em 1596-7

Planties Swan Arena Theatre  

Shakespeare atuou em 1956 / 1957

 

    "Mas se Henlowe não podia competir com o Camerlengo na Corte, ele podia ao menos oferecer à sua companhia e a seu público um teatro melhor, e gastou mais de 100 libras em pintura e "outros reparos" no Rose. Tais melhorias e reparos haviam-se tornado ainda mais necessários desde que um novo rival aparecera na Margem Sul. Era Francis Langley, que no ano de 1595 construiu o "melhor e maio" teatro de Londres, o Swan, que ficava no Jardim de Paris, cerca de um quarto de milha para Oeste.

    Pouco depois de sua inauguração um holandês chamado de Witt assistiu a uma peça lá e fez um esboço. Infelizmente este foi perdido, porém um amigo fizera uma cópia e essa é a única ilustração contemporânea do interios de um teatro elisabetano, sendo por isso mesmo o original não era mais de grande importância. No entanto, é preciso que tratemos com cautela, pois não só se trata de uma cópia como até mesmo o original não era mais que um desenho feito de memória, pois se o Witt estivesse sentado no teatro no momento em que o fez, ele não teria criado uma vista virtualmente aérea. Mesmo assim, ele ofereceu uma boa impressão geral. Lá podemos ver as galerias circundando a arena com seu palco em plataforma, parcialmente protegido por um dossel ou "sombra" sustentado por pilastras. No fundo fica o mimorium aedes, o setor dos atores ou camarins, cujas duas portas abriam para o palco. Acima desse conjunto há uma galeria na qual, aparentemente, estão os espectadores, e no alto de tudo está a cabana equivalente do "céu" medieval, onde trovões e outros ruídos celestes - e terrestres - eram fabricados. Presume-se que houvesse uma segunda galeria, talvez para músicos, oculta pelo dossel do palco.

A característica mais intrigante é a ausência do palco superior, se é que as pessoas na galeria são realmente espectadores e não atores, e de um pequeno palco fechado por cortinas, embaixo. A essa altura, quando os espetáculos não eram mais constituídos por entretenimentos acrobáticos, os groundlingd (que podemos talvez chamar de "a turma da geral" que ficavam de pé na galeria inferior, talvez já tivessem sido jogados para o pátio, com grande lucro para os atores, e é também por essa época que, pela primeira vez, ouvimos falar dos rapazes galantes que alugavam bancos para sentar no próprio palco"

 

(Halliday, F.E. Shakespeare, vidas leterárias. pág. 66-67)

Uma reconstrução do palco do Globe

The Globe. Hoje, reconstruído.

Palco do Globe Thetre

"Teatro ocupado por William Shakespeare e outros"

 

    "Outros assuntos pressionavam sua bolsa naquele inverno. A companhia do Lord Camerlengo não tinha a menor intenção de permanecer indefinidamente no Curtain e, após cuidadosa deliberação, selecionara o local para um novoteatro no Bankside, quase - para horror de Hensolwe - em frente ao Rose. No dia 26 eles, representaram para a Rainha em Whitehall, e dois dias mais tarde realizaram o audaciosogolpe que há anos vinham planejando. Muito embora agora o Theatre se erguesse em solo alheio, segundo a sua interpretação do contrato de arrendamento, ele pertencia aos irmãos Burbage que então, armados com machados, invadiram a área e, sob a competente orientação de Peter Street, um carpinteiro, começaram a demolição. Segundo seus oponentes, "de forma muito barulhenta eles pegaram e levaram dali toda a madeira, em tronco ou tábua". Não faltava toda espécie de madeira ao Theatre e deve ter sido uma estranha visão, a de Shakespeare e seus companheiros carregando traves e pranchas ao longo de Bishopsgate, e, pela ponte de Londres, até chegar até Bankside. Lá, na terra pantanosa em frente ao Rose, Street construiu-lhes um novo teatro. Eles o chamaram o Globe, seu emblema sendo Hércules carregando a terra nas costas, possivelmente um símbolo de seu trabalho hercúleo.

    Street usou o que lhe foi possível da madeira aproveitada, mas parte dela estava em más condições e o novo Globe não era de forma alguma o velho Theatre reconstruído em novo local. As peças de 1599 eram muito diferentes das de 1576. às quais James Burbage se propusera a receber, antes da evolução dramática; e Shakespeare e seus colegas sabiam, graças à sua larga experiência, exatamente o que queriam. Naturalmente o público tinha de ser confortavelmente instalado, mas o que importava realmente era o palco. Toda a parafernália de alçapões que se comunicavam com o "inferno" deabaixo do palco em plataforma foi devidamente instalada, do mesmo modo que estranhos recursos dos "céus", de onde poderiam ser baixados visitantes aéreos. Porém o aspecto mais essencial era a instalação de um palco superior pleanamente desenvolvidom projetado sobre a plataforma ao nível da segunda galeria, debaixo da qual ficava um palco inferior, com cortina, que podia ser utilizado para revelar cenas interiores formais. Assim, com três palcos em dois níveis, e com o uso do pátio se necessário, as mais exigentes das peças de Shakespeare podiam ser montadas, com a ação fluindo, initerrupta, por todo o espaço cênico. Foi para aquele "O de madeira" que Shakespeare começou a escrever Henrique V, uma peça histórica que exigiria do palco o máximo dos seus recursos"

 

(Halliday, F.E Shakespeare, vidas literárias. pág. 79-81)

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